sábado, 17 de abril de 2010

Lonely Day



Caminhando nas ruas de Catalones city e ouvindo SOAD, estive pelos breves minutos da execução de Lonely Day dentro da música. Obviamente não posso de forma alguma, aludir a mesma (Catalão) ,à grande e movimentada cidade do clip.


...Pessoas caminhando como em câmera lenta, destacando as atividades do seu dia, a correria desacelerada, proposta no vídeo.


E dentre esse desacelerar do rítmo, começa a se incendiar fragmentos da realidade, que não se deixam ser percebidos,a não ser por nós espectadores.


Elementos como um símples semáforo que dita num conturbado transito, através de um complexo sistema pré determinado, quem pode ou não atravessar ao outro lado, por um símples comando seu, o cadeado de um portão que trancado, cerceia a liberdade, prédios parques, latas de lixo, carrinho de compras abandonado, árvores, carros, postes... E diante disso as pessoas, assim como os SOAD's seguem sua rotina, como se nada estivesse alí. Elementos que o fogo nos revela, como mediadores componentes dos nossos dias. Nós solitários.


O fogo que pode ainda assumir o papel de destruidor daquilo que nós mesmos outrora construímos, que marcou a história da civilização e que possui caráter de destaque para além, para uma possível destruição. Em alguns casos, sim, aceito que há que se incendiar muitas práticas que na verdade são o vício, a fumaça toxica que tragamos do cigarro que compramos, não no sentido do cigarro em sí, mas das práticas que assumimos conosco e com os outros. Do se tratar e do tratar o outro, do consumir desmedidamente, do incendiar árvores como o piscar de olhos, adquirir atos símples de respeito com tudo, inclusive com o pedaço de chão cansado que nos tolera.


E nisso me incluo, devo aprender a queimar minhas más ações,que não sejam também como o mesmo cigarro que incendeio para contrair um câncer, que seja no sentido de expurgar de mim tudo que prejudique o que me permeia.


Caminhando me lembrava do clip e em minha mente incendiava, minha arrogância, meus medos, fantasmas, minha quietude diante do que exige de mim postura radical, minha preguiça, alguns padrões atuais, algumas opiniões que nada tem a acrescentar, preocupações como posturas ideais. Enfím,tentava fazer em cinzas pedaços que se apresentam a mim, outros que não me dou conta, desejo incendiar-los, pedaços que estagnam meu crescimento, que me isolam.


Pode ser que esse pedaços sejam o semáforo, para mim é uma opinião mediada, um conceito formado por outros que se inserem a mim, que aceitei sem intentar.

Não me sentir solitária e aceitar essa solidão que é causada por deixar que o modelo me cegue e continue cegando os que estão ao meu redor. Não calar e se limitar a mecanicamente agir da forma como se deve, e muitas vezes esse dever ser ou agir, foi conquistado por uma necessidade de liberdade agora transfigurada em libertinagem.
O que sei é que nos perdemos, me perdí em minhas solidão, mas agora não mais a quero, e vou ser o fogo que começa a atiçar, que queima a minhas e as demais vidas.

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