quinta-feira, 29 de novembro de 2012

N(ã)o hoje!

hoje eu queria deixar tudo de lado,

a respondabilidade, o medo, o necessário, a idade…

hoje só queria estar em um lugar,

lugar sem nome, mas com aromas, com cores,

com formas e sensações, lugar sem corpo, na verdade

existente nas reminicências do melhor de mim.

 

hoje eu queria cantar o velho mantra de trazer satisfações

deitada ao sofá como fizera antes,

me permitir esquecer, que o mantra não me trará nada

se não me levantar do sofá,

 

hoje queria ser criança

poder acreditar em contos de fadas,

sem me deixar ser interrompida pela praticidade da realidade,

sem ser alertada sobre a falha das estórias

em um “feliz para sempre”, sem nada mais,

com tudo que sei hoje é bem logico

que uma vida não é feita só de alegrias.

 

Hoje queria um mundo onde nomes não tem sentido

e não dizem quem é quem, ou melhor que outrém,

um mundo onde não importa o conceito

e sim o que se é sentido, mundo sem amarras,

onde eu não seria nada, não o nada que existe

que deve vir a ser algo

que resiste na inutilidade, diante da sociedade.

 

hoje estou presa nas grades da janela do  meu quarto

observando um cão que brinca, eu podia brincar com ele

mas tenho muito a fazer e pouco fôlego,

 

A vida, como se apresenta hoje

é um mar de muitas coisas jogadas ao acaso

e preciso agarrar-me ao máximo  das coisas

que flutuam nesse imenso oceano,

mesmo que por perto não esteja sempre o melhor

devo capturar o que for bom,

prender a mim e nadar um pouco mais.

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